An Inca burial ground 5200masl
Cerro Aconcágua
Durante dois dias de trabalho o lugar foi relevado e explorado, sendo comprovada a existência de duas grossas paredes semicirculares insossas, muito derruídas, e um círculo de pedras de um metro de diâmetro. No recheio protegido por uma das insossas se encontraba, semi-enterrado por
deslocamento de parte da terra, o fardo funerário que continha o corpo fortemente dobrado de um párvulo de 7 anos de idade. Estava envolvido por numerosas peças têxteis, sendo a mais externa uma manta totalmente travada com plumas amarelas, provavelmente de papagaio. Respeito da grama que creram ver os montanhistas, resultou corresponder a um conjunto de plumas amarelas e pretas que tinham formado parte de um penacho. O crânio apresentava uma quebra devida à erosão, por ficar à intempérie.
No seu interior podia ser observado o cérebro, colapsado por desidratação. Após várias horas de trabalho, o fardo foi cuidadosamente retirado do duro permafrost (terra congelada) na qual se achava colocado. No entanto os arqueólogos se ocupavam de sua embalagem e preparação para a descida, outro grupo continuava com a escavação, tratando de chegar lateralmente até a insossa.
Recentemente iniciada, tiveram a fortuna de achar -dentro do mesmo recheio no qual estava colocada a múmia- seis magníficas estátuas de típico estilo incaico. Este enxoval tem sem dúvida importância simbólica, e uma conexão direta com várias outros jazidas arqueológicos de alta montanha que proporcionaram também este tipo de estátuas. A extração e o exame preliminar de tão inesperado encontro significou o momento culminante da expedição.
Ao findar a escavação do fardo funerário foram retiradas da sua parte externa um par de sandálias de fibra trançada, e duas bolsas do mesmo material, uma das quais continha elementos vegetais, que segundo análises posteriores, resultou ser uma variedade rara de feijões, que foram cozinhados. Ficou assim bastante claro que se tratava de um alimento simbólico para a viagem ao além. A expedição voltou para Mendoza em 31 de janeiro. A pesquisa posterior esteve a cargo da Universidade Nacional de Cuyo, em cujo Museo de Arqueología é conservado o fardo funerário.